Send me an angel -

o sábio disse: apenas siga este caminho, até o alvorecer da luz o vento soprará em seu rosto, enquanto os anos passam por você, ouça esta voz bem lá no fundo, é o chamado do seu coração, feche seus olhos e você encontrará, o caminho para sair da escuridão - aqui estou eu, você me enviará um anjo?


Jamais havia sido tão feliz, há tanto tempo não se sentia tão livre, deitado no gramado olhando para o céu azul, o sol brilhava fraco, já se pondo e trazendo consigo a lua e as estrelas, os problemas indo embora e um clima risonho pairava no ar. Por já ter passado por tantos problemas, se esquecera como uma tarde de sol podia fazer com que a sua infância voltasse, sem problemas, como naquela época.

- minha máquina do tempo. Nossa máquina, não é mesmo garoto?

Sussurrou Guilherme para seu cachorro, Rick, que também deitado a grama, brincava com um girassol que teimava em fugir de suas patas ameaçadoras.

Era guarda, não muito importante, nunca participara de perseguições ou assaltos milionários, pois o máximo que conseguira foi averiguar um assalto na padaria de senhor Almir, o ladrão só levou laranjas, ‘talvez estivesse com gripe’ lembrou ele e riu. Passava por tempos difíceis, corria o risco de perder o trabalho por ser tão irresponsável, assim como perdera sua última namorada, o grande amor da sua vida, afirmava ele, nunca conseguiu encarar isso de frente, não conseguia superar.

Mas como você sabe meu caro leitor, a vida nos dá sempre uma nova chance.

Levantou-se ao ouvir um estrondo, um barulho forte que parecia vir não muito longe dali, Rick latiu e correu para o leste, o dono o seguiu ofegante, pois por mais que fosse jovem, o sedentarismo, as bebidas e o cigarro o haviam deixado naquele estado, no qual ele não cansava de repetir que era deplorável e que tinha que mudar o mais rápido possível.

Logo adiante, vira uma árvore, grande, forte, atrás dela um carro, era comum que motoristas bêbados perdessem a direção e saíssem da estrada, pensou gui, como os amigos o chamavam. Rodeou o carro com os vidros não muito escuros e fechados, para tentar ver o causador do acidente, se assustou, estivera esperando um homem velho, segurando uma garrafa, inconsciente demais para ao menos se quer dizer seu nome, no lugar dessa figura, uma moça, morena e aparentemente não muito machucada ou bêbada, os olhos inchados indicavam que andara chorando. A frente do carro estava um pouco amassada, mas as portas estavam em perfeito estado; Bateu, gesticulou algo que pareceu um ‘está tudo bem?’ e pediu para que ela destravasse as portas; nunca tinha se pegue tão nervoso com uma mulher, ignorou, viu no momento em que ela balançou a cabeça para cima e para baixo em sinal de afirmação, levantou o pino da porta e tombou para trás, ele abriu o carro com o maior cuidado e a retirou de dentro, sentou-se debaixo da árvore, ficaram ali, a escuridão cobria todo o céu que havia sido azul, o cachorro encarava os dois com curiosidade e Guilherme, bem, ele apenas a segurava junto a si, protegendo-a do frio e esperando que acordasse e lhe dissesse seu nome. Se sentia bem com ela, apenas isso importava naquele momento.

1 comentários:

gooostei. *-* por isso dona andy, continue escrevendo, já que te faz bem... me fez refletir e me fez ver também que tenho que dar mais valor às coisas por mais que eu passe por momentos ruins... é, acho que fiz uma análise profunda demais, mas foi o que eu absorvi. :D

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